Futuro presidente da CBF é acusado de ter sido "gestor ausente" em secretaria de saúde; saiba detalhes

O futuro presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Samir Xaud, antes mesmo de assumir a entidade, já tem alguns problemas para resolver. Para piorar a situação, recentemente foi revelado que o médico e presidente da Federação Roraimense de Futebol (FRF) teria sido um "gestor ausente". Além disso, ele também seria suspeito de acobertar funcionários fantasmas. Tudo isso teria ocorrido durante sua gestão na Secretaria de Saúde de Boa Vista, município de Roraima. As informações são da Folha de São Paulo.

Toda essa situação teria ocorrido em 11 meses, entre maio de 2024 e março de 2025,a gestão do prefeito Arthur Henrique (MDB). Pessoas ligadas ao setor da saúde do município dizem que a gestão de Xaud teria uma gestão pouco ativa. O curioso é que um mês depois de ter sido nomeado no cargo, o futuro presidente da CBF integrou a comitiva do Brasil para a companhar a Copa América dos EUA. O torneio ocorreu entre 20 de junho e 14 de julho de 2024.

De acordo com o promotor Igor Naves, titular da Promotoria da Saúde do Ministério Público de Roraima (MP-RR), Samir Xaud teve relações incomuns para sua função. Segundo Naves, por ter tido pouca comunicação, a gestão da pasta que seria complexa, teria sido incomum já que, normalmente, o cenário é inverso.

"É uma istração bem complexa, em que o secretário descentraliza demandas para os seus subordinados. Ele nunca apareceu, nunca assinou, nunca respondeu ofício, nunca fez nada. [...] (Os gestores) são super ativos, todos do estado, município, estão aqui direto. Quando não estão aqui, sempre respondem às demandas, mesmo que por e-mail e WhatsApp, porque algumas são urgentes...", disse Naves.

"Em relação a esse senhor (Samir Xaud), nunca teve nenhum contato presencial em reuniões ou institucional mediante resposta a ofício durante o tempo em que ele esteve como secretário adjunto (da Secretaria de Sáude de Boa Vista)",  concluiu.

Vale lembrar que Xaud é réu em uma ação de improbidade istrativa, sob a acusação de "lançamentos falsos de plantões e pagamentos por serviços médicos sem a devida comprovação de sua efetiva realização". Essa acusação é da época de o futuro presidente da CBF era diretor-geral do Hospital Geral de Roraima (HGR). De acordo com informações do MP-RR, essa prática gerou um prejuízo de R$ 1,38 milhão aos cofres públicos. Apesar disso, o gestor diz que não há nada que possa "desabonar a conduta ético-profissional". Sobre à ida aos EUA, o ex-secretário da Saúde Luiz Melo diz que foi solicitado e autorizado o desligamento temporário do gestor.